Um exemplo de cidadania aos quase 100 anos

Foto: Renan Mattos (Diário)

Daqui a cerca de 80 dias, o são-pedrense radicado em Santa Maria João Crescêncio, completa um século de vida. No Natal, dia 25 de dezembro, o ex-policial militar, jogador do Inter e ferroviário fará o seu aniversário de 100 anos. Mas, antes disso, ele tem uma missão para cumprir e que jamais deixou de fazer. Desde o seu primeiro voto, em 1945, o idoso garante que não perdeu nenhuma votação.

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Na sala da sua casa, rodeado de gravuras, fotografias e outros objetos, que contam praticamente toda a sua vida, João Crescêncio lembra o quanto o voto era e ainda é importante. Segundo ele, em dia de votação, era sagrado colocar a brasa no ferro para deixar a melhor roupa perfeita para exercer o seu direito de cidadão. Mesmo sem ser obrigado a votar desde os 70 anos, ele faz questão de percorrer cerca de 30 quilômetros entre a sua casa, no Bairro Camobi, até a sessão onde vota, no Bairro Chácara das Flores.

- Não falhei nenhuma eleição porque eu acho que o meu voto pode fazer falta. Sempre procurei acompanhar a política, participar dos partidos, tudo. O Brasil não pode ser roubado, não precisamos dessas coisas, o nosso provo é trabalhador - conta Crescêncio.

Sobre os recentes escândalos de corrupção e os ânimos exaltados nas discussões políticas, principalmente entre esquerda e direita, Crescêncio usa da experiência de quase um século de vida. Ele também dá uma dica para aqueles que pensam em não votar ou anular seu voto.

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- Tirem isso da cabeça de não votar. Nós precisamos da democracia, e com o voto de cada um, a democracia vive. Nós precisamos de políticos comprometidos em nos dar melhor educação, saúde. Já aconteceu de ver que votei errado, que o candidato que votei não era o que eu esperava, mas acontece. Tenho acompanhado, o Brasil tem que continuar na sua democracia, a gente precisa dela. Os eleitores têm que pensar bem para votar - afirma.

Em agosto deste ano, Crescêncio foi homenageado pelo Tribunal Regional Eleitoral com o título de Eleitor Emérito pelo exemplo de cidadania.